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Pensando fora da caixinha

Publicado por: Carla Magna Gonçalves dos Anjos Ianaguivara, em 06/09/2016

Ações voluntárias podem contribuir para a qualidade de vida

Doar um pouco de si pode ser gratificante

 

Entre tantos aspectos na vida que podem nos proporcionar qualidade de vida, acredito que temos também a possibilidade de buscar um mundo melhor tanto para si mesmo quanto para quem está ao nosso redor, ou até mesmo para toda a humanidade. A atitude de sair de nosso pequeno círculo e encarar um contexto mais amplo contribui para que sejamos mais sensíveis, ativos, mais gratos e consequentemente mais felizes.

Nesse contexto de olhar para fora e agir conscientemente, há uma variedade de possibilidades. Trabalho voluntário em seu grupo religioso, a realização de campanhas de doações, apadrinhamento de crianças ou idosos carentes institucionalizados, realização de projetos em asilos, creches, hospitais, escolas ou presídios, organização de ações em conjunto com outras pessoas ou atuar sozinho, tanto faz. Inúmeras podem ser as possibilidades e percebo que quando há afinidade com a causa, o processo flui naturalmente.

Um grande exemplo que temos é nossa colega Cinely Carlotto, da Regional Metropolitana Aparecida de Goiânia, que atua há alguns anos na promoção da defesa de animais. “Desde muito criança sou fascinada pela natureza. Não gostava de comer carne e cuidava de plantas como se fossem pessoas. É difícil explicar, mas desde aquela época eu sinto fisicamente a dor em ver um desmatamento, um animal em sofrimento ou um rio poluído. Para meus pais era coisa de doido, e claro, me obrigaram a comer carne. Já adulta, comecei a recolher cães de rua. Depois gatos. E recentemente, resgatei e ajudei na recuperação de pássaros e cobras.”

Sua história inspiradora continua: “O grande salto qualitativo para mim foi quando me associei a uma ONG (Organização Não-Governamental) de Proteção Animal e me tornei voluntária (2009). Quando somos voluntários em instituição sem fins lucrativos, encontramos pessoas  que nos compreendem, nos fortalecem e acima de tudo, nos ensinam muito.

Organizar-se com outras pessoas pensando no bem de todos pode ser uma alternativa para quem já possui a atitude de se mobilizar. Outro exemplo é nossa colega Lorena Clemente, da Regional Sul Sudoeste, que tem realizado ações com outras pessoas de seu bairro visando se organizarem para amenizar os riscos de segurança que existem por lá.

“Após um assalto em minha residência (fizeram eu e meus pais de reféns, realmente um terror) resolvi reagir de forma diferente dos outros moradores do meu setor, que só lamentavam e culpavam a polícia, a iniciativa pública, o prefeito, enfim, tudo e todos. Bom, pensei: meu setor possui muitas residências (são 1800 imóveis!!!) e consequentemente, muita gente que está sofrendo o mesmo que eu. E se nós nos uníssemos, todos por um objetivo único?Como seria?”, nos conta empolgada. A partir dessa inquietude, juntamente com sua família convidou todos do bairro para se reunirem e elaborarem um plano de ação para melhorar a segurança do setor onde moram.

A partir daí, os resultados foram ótimos, ela garante: “Foi tudo muito maravilhoso! As pessoas estavam carentes de atenção e de um rumo para resolver essas questões. O plano de ação foi elaborado a muitas mãos, prevendo a implantação do patrulhamento 24h, calendário de caminhadas coletivas, criação de grupos de whatsapp e eventos para ocupação de uma praça, a qual é muito simbólica para o setor. Um piquenique intitulado como ‘Cinco e Meia na Praça’ foi realizado e fizemos uma cerimônia de entrega de um manifesto às autoridades e um abaixo assinado de revitalização da praça.”

Ações de mobilização como essa podem tanto gerar resultados concretos como o patrulhamento do bairro, quanto mudanças de atitude das pessoas ao perceberem que é possível realizar algo mais ou que a organização de todos gera resultados ainda maiores, por exemplo. Realmente uma ótima forma de pensar fora da caixinha e buscar agir em prol de um mundo melhor para todos nós.

Além disso, existem possibilidades diversas para realização de ações voluntárias visando o bem comum e também variados podem ser os públicos atendidos. Nossa colega Pâmella Borges, da Unidade de Gestão de Pessoas, que coleciona diferentes ações em benefício do próximo nos conta como desenvolveu sua atitude de se doar ao próximo:

“Desde pequena aprendi, com meus pais, a importância de se doar. Mas só aprender não adianta, é preciso colocar em prática e vivenciar esse princípio por meio de atitudes. Pra mim, doar não é simplesmente o ato de dar esmolas. Doar transcende esta atitude, é uma ação que abrange todas as relações. Por muito tempo quis fazer algo grandioso sem saber como. Ao longo de minha jornada, existencial, participei de algumas obras sociais (distribuição de pães nos hospitais, evangelização de crianças no lixão de Aparecida, campanha de arrecadação de alimentos e agasalhos), mas foi num asilo para idosos que percebi, por meio do meu contato com eles, que o maior bem que poderíamos doar ao outro é a nossa amorosidade.  O amor em ação, pelo bem do próximo, traduzido em nuances de respeito, de tolerância, de cordialidade, de carinho, de afeto… é o bem mais precioso que podemos dar ao outro.”

Como Pâmella nos relata em sua breve história, doar-se ao outro é um processo natural para ela e recentemente teve outra oportunidade dessa prática: doou seus cabelos para a filha de uma colega que se encontra em tratamento de saúde. Ela diz: “Doei parte de mim, uma parte que eu tanto amo, que tanto cuido. Sempre quis cortar meu cabelo curtinho, nunca tive coragem. Esse dia chegou e junto dele veio um gesto de amor. No início não tinha a pretensão de doar o meu cabelo. Contudo, quando me vi diante do espelho, me olhando, percebi que poderia fazer algo diferente. Doar uma parte de mim. Uma parte que iria para o lixo e não teria mais nenhum significado pra mim. Porém, esse pouco teria um outro significado para uma criança com câncer: significaria, talvez para ela, esperança, autoestima. Assim, decidi guardar os meus cabelos e doar um pouco de alegria.”

Correndo o risco de parecer piegas, acredito muito que doar um pouco de si, sem pensar em si, é uma das mais belas formas de expressão do ser humano. E percebo ao meu redor que pessoas que carregam consigo esse propósito, conseguindo mantê-lo em prática, sentem-se plenamente realizadas e mais felizes.

“O grande beneficiário é o próprio voluntário, sem dúvida. Não resgatamos animais. Resgatamos a compaixão humana e tentamos (tentamos, nem sempre conseguimos) resgatar a consciência de ecossistema. A consciência que somos todos co-responsáveis pelo planeta e seus habitantes.” Cinely bravamente garante.

Pâmella nos garante: “Pra mim é tão bom poder ajudar! E não imagino a minha vida sem me doar, pois me torna mais humana. É uma necessidade pra mim, faz com que me sinta mais gente. É que no fim, a maior beneficiada, sou eu. “

Ficou com vontade de começar a contribuir com nossa sociedade e deixar sua marca? Cinely enfatiza que basta querer, pois “Todos temos talentos. Para mim, usar seu talento para o bem comum sem esperar uma remuneração é ser voluntário. Faça você também a sua parte!”

Como já dissemos, existem inúmeras possibilidades por aí esperando por cada um de nós. Que tal pensar um pouco sobre como ir além e contribuir por um mundo melhor? Também estou aqui pensando por onde e como começar, alguma sugestão?

 

Quer ler mais?

https://alavancasocial.com.br/2011/01/11/ser-voluntario-e-ser-humano-2/

http://www.curtamais.com.br/goiania/20-lugares-para-prestar-servicos-voluntarios-em-goiania