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Uma micose transmitida por gatos aos humanos deixou em alerta as autoridades de saúde no Estado do Rio de Janeiro e já preocupa outras regiões do Brasil, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Distrito Federal. A contaminação por esporotricose soma 226 casos só no Rio de Janeiro neste ano.

Em 2015, foram 982 casos no Estado do Rio de Janeiro, o que representou aumento de 20% com relação ao ano anterior. A notificação não é obrigatória no Brasil. Contudo, tornou-se obrigatória no Rio devido ao número elevado de casos.

Para especialistas, essa alta está associada à grande quantidade de gatos abandonados ou que não recebem tratamento adequado de seus donos. Não há vacina contra a doença, então “o jeito é cuidar dos gatos”, diz o pesquisador Dayvison Freitas, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

Presente em diversas regiões do mundo e conhecida há mais de cem anos, a doença possui tratamento demorado, que varia de três a seis meses, e pode ser mais grave em pessoas com baixa imunidade.

Confira abaixo que cuidados tomar

Micose profunda

A esporotircose atinge animais e humanos e é causada por fungos do gênero Sporothrix, sendo o Sporothrix schenckii a espécie mais comum. Diferente de micoses que ocorrem na superfície da pele, a infecção por esse fungo é profunda. Normalmente, ocorre quando há um ferimento por material contaminado com o fungo.

Gatos transmitem para humanos

O fungo acomete gatos, cachorros, e isso não é uma novidade. “Há casos conhecidos de ratos e de tatu que tem o fungo”, afirma o especialista. Mas apenas os gatos transmitem para humanos. Segundo ele, pesquisas indicam que os gatos possuem menor resistência contra o fungo, e a doença neles é mais intensa. Associado a isso, o maior número de gatos em centros urbanos e a falta de cuidados com os bichanos explicaria do número de gatos em consequentemente, pessoas infectadas.

Ferida e espirro são sinais de doença no gato

Quando o gato aparece com uma ferida em qualquer parte do corpo, principalmente na cabeça, parecendo um machucado de briga, pode estar com o fungo. Outro sinal de contágio pelo fungo são os espirros que não cessam. “Ele pode estar com feridas dentro do focinho”, diz Freitas. O gato transmite a doença pelo arranhão ou pela mordida, quando está brincando com o dono, ou pelo espirro. O contato da pessoa com o pus ou a ferida também pode transmitir o fungo.

Abandonar os gatos agrava o problema

O aumento das infecções pelo fungo através do contato com gatos infectados poderia levar as pessoas a abandonarem seus animais. Contudo, essa prática não resolveria o problema e ainda o agravaria. Os gatos se contaminam facilmente na terra onde há o fungo ou pelo contato com outros gatos. Abandonar os animais levaria ao aumento do número de contágios. Vale lembrar que o abandono é crime. “O gato não é culpado. É, na verdade, a maior vítima. Ele precisa das pessoas para cuidarem dele”, completa Freitas.

Surto no Rio de Janeiro

Até 1997, eram registrados um ou dois casos por ano no Rio. A partir de 1998, esse número começou a aumentar muito, chegando a quase mil casos em 2015. Todos eles envolvem o contato da pessoa contaminada com gatos que possuem feridas. Também cresceu o número de atendimentos a gatos com esporotricose. A doença em humanos tornou-se de notificação obrigatória no RJ e há registro de aumento também em SP, RS, ES e DF, sempre associado ao contágio por contato com gatos infectados.

Fungo da terra

Antigamente, a contaminação acontecia pelo contato com a terra, já que o fungo vive onde há matéria orgânica em decomposição. “É também conhecida como doença do jardineiro ou doença da roseira”, diz Freitas. Quem mora em áreas rurais costumava ser mais afetado.

Principal prevenção é cuidar bem dos gatos

Pelo fato da explosão de transmissões estarem associadas ao contato com os gatos, a melhor forma de prevenção é evitar que esses animais se contaminem. É, portanto, importante manter o gato dentro de casa ou do apartamento. Segundo Freitas, os gatos mais afetados são machos que frequentam a rua – onde brigam, cruzam, caçam, mexem na terra e em plantas, se expondo ao fungo. Uma sugestão do especialista é a castração, que pode deixar o bichano mais dócil. Ao primeiro sinal de contágio, o gato deve ser levado ao veterinário. O tratamento é feito com remédio ministrado todos os dias por até seis meses.

Micose em humanos tem pus e demora para fechar

São sinais da esporotricose feridas, caroços ou bolas de pus que não cicatrizam. O aparecimento de caroços enfileirados também indica a micose. A primeira coisa a se fazer é procurar um médico e contar se houve contato com gato ou terra. O tratamento é feito como remédio antifúngico, com uma cápsula uma vez ao dia. As feridas podem levar de três a seis meses para fechar (em alguns casos, demoram até um ano). Pessoas com baixa imunidade (como pacientes com Aids), podem sofrer com meningite, lesões no osso e até morrer. Há casos de contágio de forma atípica, como nos olhos, que exigem maior cuidado. Não existe vacina nem para humanos nem para animais.